quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Foals - Total Life Forever

Tenho uma mania – que até hoje não sei se é boa, ruim ou (a)normal – de sair por aí pesquisando sobre coisas que não conheço pelo simples prazer de conhecer coisas novas. Acho um exercício interessante descobrir livros, filmes ou músicas que talvez nunca conhecesse se não fuçasse por sites de críticas e procurasse indicações dos amigos. Quando acho músicas e bandas boas, são dessas que geralmente não aparecem nos VH1’s da vida nem nos TOP TVZ’s, mas que são tão ou mais interessantes do que as músicas que as rádios tão à exaustão tocam em nossos ouvidos. E, como já disse, esse espaço será de compartilhamento. Então, vamos compartilhar opiniões?

Quero comentar um pouco sobre o disco mais recente da banda Foals, chamado “Total Life Forever”. Lançado no ano passado e com uma boa recepção tanto de público quanto de crítica, o disco foi o primeiro (e, por enquanto, único) que ouvi da banda, apesar de ser o segundo da carreira dos caras. A voz de Yannis Philippakis muito me agradou, bem como toda a harmonia do disco. A primeira música, ‘Blue Blood’, começa de forma singela e progressiva, com uma batida de cordas que é sobreposta pela voz melancólica e nostálgica de Yannis. Parece que ele está cantando sobre amores perdidos ou sobre as desilusões de sua vida. Logo, a bateria e a guitarra tomam conta da música – e continuam por boa parte do disco.

A faixa que dá título ao disco, ‘Total Life Forever’, é divertida e dançante, enquanto ‘Spanish Sahara’ – que é, para mim, a melhor – se mostra triste, solitária e, se assim posso dizer, fria. A música faz um crescendo sensacional: começa devagar, baixa e lenta e progride em batidas mais fortes, mais velozes e constantes. “Eu sou o coro de fúrias em sua cabeça/O coro de fúrias em sua cama/Eu sou o fantasma atrás de sua cabeça”, Yannis canta à exaustão, como se quisesse exorcizar seus próprios demônios e suas próprias fúrias. Há também ‘After Glow’, outra música incrível, onde a banda se esforça na repetição de sons, na batida constante e nos efeitos eletrônicos para se sustentar por quase seis minutos.

Não sou muito bom para comentar música – pouco entendo desses movimentos e desses efeitos de drum-bass, drum-machine, beat-da-bumpt-box-com-whiskas-sachê e dessas subvariações de power rock, rock la bamba, pocket rock, etc e tal –, mas acho que posso dizer o que realmente importa: “Total Life Forever” é desses discos de fácil digestão, que te fazem viajar por cinquenta minutos sem muito esforço. Os vocais são hipnotizantes, a bateria é poderosa e a guitarra cumpre bem o seu papel de estar no lugar certo e na hora certa. A banda sabe alterar muito bem momentos de velocidade com momentos de calma e momentos de suavidade com momentos de potência. E, no fim, acho que isso é o que importa: ser um disco bom sem se preocupar em categorizá-lo em rock beat ou beat rock. Por que isso, no fim das contas, não faz muita diferença.

Para deixar um gostinho, segue abaixo o – belíssimo! – vídeo de ‘Sahara Spanish’. Deem uma olhada e tirem suas próprias conclusões:

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